quinta-feira, 8 de abril de 2010

"Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava. Completo, partiu."

Um comentário:

  1. Partiu sem olhar, partiu cego. Andou devagar sobre os pés, silencioso. Tudo era quieto menos por dentro, por dentro. La dentro era ensurdecedor, era incandescente, era vermelho e preto, era ferida. Ele partiu mas ficou pelo ar, partes, partes embaralhadas, descoladas, sem rumo, sem história feita. Ele partiu em partes, ficou em outras. As vezes se encontram e fazem barulho sim, se esbarram. É possivel tomar formas ainda não conhecidas, partes e partes se montando, refazendo. Sim de formas desconhecidas mas não totalmente. É o mesmo ele, o mesmo cheiro, o mesmo sal, o mesmo suor. Esperança ele ainda tem, de quando as partes que deixara renovarem-se em algo visível o encontro de choque entre as partes renovadas dela seja tambem uma coisa bela, uma coisa bela, bela como foi, bela sempre será.

    Pedro H.

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