quarta-feira, 5 de maio de 2010

"Cada vez menos tento alimentar esta vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho."

quinta-feira, 8 de abril de 2010

"Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava. Completo, partiu."

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Um simulacro de entendimento, uma nesga de luz, de brilhantismo. Acontecimentos não tão raros, mas passageiros: insuficientes doses de lucidez, insuportáveis, inúteis em seu acaso. Apenas tornavam seu comportamento imensamente doloroso, nitidamente irreparável. Insatisfação. Tanto tempo depois, partidas amargas, perdas. Exaustivas tentativas de dizer sem conseguir. Movimentos rápidos, ofegantes, desenfreados. Anoitecia, entardecia, era Janeiro, Novembro, anos inteiros involuntariamente atravessados sem distinção. Trancar-se não impediria que o tempo transcorresse invasivo, tornando-o vítima dos mesmos fracassos, fazendo-o persistir nas mesmas esperas, inundando-o com mágoas costumeiras. Para de repente, não chora, não pensa, observa-se, fica um tempo assim: ele. Truques psicológicos já não funcionam mais...